Você anda pela City no domingo de manhã, e percebe que todos os restaurantes colocam pequenas lousas nas calçadas sinalizando que a refeição principal do dia mais preguiçoso da semana é também a mais popular entre os hipsters: o brunch. Deixa eu te contar sobre uma boa opção pra comer, ver e ser visto, como todo frequentador de Williamsburg, o bairro mais descolado de NY, silenciosamente espera que aconteça num Sunday Brunch.
O Restaurante chama Cafe Mogador e fica na 133 Wythe Ave (entre a N 7th St e a N 8th St). A sede original fica no East Village, e existe desde 1983 – mas os xófens tendem a curtir mais a vibe descolada dessa unidade no Brooklyn. 😉
De frente com o menu: o que pedir
A maioria dos restôs por aqui oferecem um menu especial aos sábados e domingos destinado ao Brunch, e no Mogador não é diferente. A base aqui é sempre a mesma: batatas coradas, um muffin salgado, saladinha, suco de laranja, café ou chá, mas a graça está em escolher qual tipo de ovos poche conversam mais com a sua larica.
Eu costumo ir no clássico Eggs Benedict com Canadian Bacon (pense mais num presunto tenro do que no bacon do x burger). O molhinho Hollandaise, leve e delicioso, feito à base de manteiga e gemas emulsionadas, dá vontade de levar pra casa e colocar em cima da próxima refeição, seja ela qual for.
Pedir uma Mimosa (drink feito com champagne e suco de laranja) para abrir o apetite faz parte do ritual. Sommeliers defendem que o melhor drink para o Brunch é o espumante (veja o que Jorge Lucki, colunista da CBN, disse no seu último podcast), mas meros mortais como euzínea aqui que não sentem tanta diferença entre champa e espumante, podem confiar na Mimosa. No Mogador eles também oferecem uma versão chamada Blood Orange Mimosa (na foto, o drink mais avermelhado), que é feita com uma laranja menos doce e mais amarguinha. Delííícia.
Quanto custa?
Tenho uma amiga que costuma dizer que “não dá pra dormir em dólar!”. Então vamos aos Temers necessários, digo, Trumps necessários – não é tão absurdo confundir um com o outro, né? – para esse brunch no Mogador.
- Dois brunch choices (prato que vem com o suco de laranja)
- Duas mimosas
- Duas taças de vinho (a conversa tava boa)
- Tip (a gorjeta que ou você dá, ou o staff pode não receber o equivalente ao salário mínimo, basicamente; locais costumam dar 20%)
- Tax (os impostos não estão no preço dos produtos e serviços em NY, então é necessário incluir cerca de 9% no valor final de uma refeição, por exemplo)
- Total: USD 96 / 2 = 43 dólares por pessoa
- Dá pra gastar menos? Dá, claro. Sem as bebidas alcoólicas, e com uma tip menor (dar 15% é… ok), você gastaria cerca de 25 dólares por pessoa.
Localização do Mogador: um rolê à parte
A localização do Mogador é estratégica para um rolê por Williamsburg antes ou depois do brunch, servido entre 9h e 16h. Dependendo de que ponto da cidade você estiver partindo, dá pra descer nas estações Metropolitan, Nassau ou Bedford do metrô, e em 10 minutos de caminhada até o restaurante já dá pra sentir a energia das lojinhas retrôs, dos grafites nos muros, e claro, de todo mundo usando um look meticulosamente calculado para parecer desencanado e cool, tipo recém saído da cama. Nesse final de semana vi muito óculos escuros, calças pantacourt, jaquetas oversized e claro, tênis. Homens de cabelo longo com pequenos rabicós no topo da cabeça também recebem atenção especial.
#LongStoryShort sobre a origem do Brunch

Resumidamente, brunch é o meio termo entre o café da manhã (em inglês, breakfast) e o almoço (lunch). Tudo começou no Reino Unido, e o termo foi usado pela primeira vez pelo escritor Guy Beringer, em 1895, para um jornal de caçadores chamado “Hunter’s Weekly”. No artigo, ele defendia os benefícios psicológicos e emocionais de uma refeição mais leve em substituição aos tradicionais almoços pesados, repletos de carnes e bebidas alcoólicas, que os britânicos faziam aos domingos. Em 1920, a moda colou em Washington DC, nos EUA, e depois da primeira guerra mundial, com a redução de público nas reuniões das Igrejas, as pessoas entenderam que esse período de tempo, antes ocupado pelas missas e cultos, era uma boa oportunidade para voltar a se reunir com os amigos – inclusive com a desculpa para tomar uma ou duas Mimosas.
Em breve conto mais de Williamsburg!
E obrigada por ler até aqui.